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Vinte anos

   Lá se foram vinte anos... Parece que foi ontem é exagero, mas não parece que faz tanto tempo assim, embora já esteja nevando na minha cabeça. 
veículo utilizado pelo proprietário do blog ciclista por natureza.  Essa foto é recente. Quando comprei a minha bicicleta em 98, as câmeras ainda não eram digitais, então devo ter alguma foto revelada em algum lugar. Tudo bem,faz tempo mesmo. 
   Foram várias pedaladas para muitos lugares e as vezes para os mesmos lugares várias vezes. Nesses últimos anos o termo vários está sendo substituído por algumas. Mas ainda estamos na ativa. 
    Enfim, espero que possamos durar mais alguns anos para que eu continue pedalando por aí e fazendo estes pequenos relatos que compõem o blog. 
  

Limitações Cotidianas

impedimentos ao ciclista e a maioria dos esportistas amadores.
   Neste pouco tempo desde o retorno ao pedal, deu para ver que pedalar já não é como antigamente. Quando se está solteiro, as únicas  preocupações  que você tem são andar bonitinho, não fazer besteira (além da conta), e  trocar as peças da bike que já deram o que tinham para dar. A vida era bem mais simples. Agora depois de alguns anos no entanto, algumas coisas geralmente limitam a saída com a magrela: trabalho, tempo, preguiça, casa, filhos, esposa, verba... 
   Há quase vinte anos atrás, quando comprei minha bike e ainda não tinha muitas responsabilidades, pedalar era um ato constante: ruas ainda não exploradas, calçadas, meios-fio, alguns degraus de escadarias por aí, alguns sustos, um saldo de alguns raios quebrados e depois deixa no ciclista para manutenção. Isso era meio que  rotina semanal: de terça a domingo no limite do equipamento e algumas vezes além dele e,  segunda estacionava no ciclista. Até sabia fazer o que precisava. Mas era chato. Ficava só com os ajustes finos depois em casa. 
   Com o passar dos anos, as limitações que surgem acabam tornando o tempo no pedal bem escasso. Coisas da vida adulta responsável. A disposição física e a força de vontade (principalmente esta) costumam  ser os principais desmotivadores das saídas mais ousadas, aquelas que você mal suava e hoje na metade do mesmo percurso você já está no segundo arrependimento por ter escolhido refazer esse caminho.  Isso porque talvez, assim como eu, ainda seja a mesma bicicleta de outrora, que foi trazida de volta a vida, lubrificada, trocadas algumas peças e posta para rodar. É quando você percebe que só a bicicleta é a mesma. Mas claro, isso depois de negociar com a patroa e os filhos por algumas horas na estrada. E como você deve se lembrar, se for para pegar a bike e pedalar em volta da quadra por alguns  minutos nem vale a pena pegar. Bons tempos. Nem mesmo os horários são regulares. É quando dá mesmo. De manhã, à noite, uma semana sim, na outra não, as vezes mais. O suficiente para quebrar  a sequência e desestabilizar a musculatura e consequentemente, o psicológico. 
    Mas não há de ser nada. Se ainda há a possibilidade de sair para dar uma boa pedalada de vez em quando e deixar parte dos problemas na estrada, é porque nem tudo está perdido.