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Bicicletários


 
Poucos bicicletários apresentam a possibilidade de deixar pertences

     Este, é claramente um grande problema no nosso cotidiano de país não acolhedor de ciclistas. Pedalar por aí já é um pouco custoso, estacionar é quase impagável. Mesmo onde existem pontos de estacionamento para bicicletas, estes não costumam ser seguros o suficiente para as magrelas. Geralmente são algum canto para que elas não fiquem acorrentadas a alguma grade ou cerca.
     Neste último ano, em razão da pandemia que assolou o planeta, o uso das bicicletas como transporte individual também se disseminou proporcionalmente. Desde as bicicletas "para buscar pão na padaria" até as de nível profissional (depende do bolso do consumidor). Com isso, algumas questões que ciclistas pré pandemia já conheciam como desrespeito ao espaço alheio e outros pormenores, se tornaram de conhecimento geral. Inclusive roubos e furtos. E nossos bicicletários não são bons exemplos de segurança. Mesmo correntes, não garantem que estejam ali no retorno, e deixar nas bicicletas componentes como bolsas, caramanholas e outros periféricos que ficam somente encaixados no quadro, não é uma boa ideia. São raros os bicicletários que possuem acesso limitado ou controlado, monitorados então, são como uma jóia rara e, mesmo assim, acontecem furtos. Poucos possuem uma estrutura mais direcionada as necessidades dessa modalidade de transporte. Geralmente quem os tem, são empresas com algum apelo ambiental, porque infelizmente, demanda uma infraestrutura própria na qual poucas empresas estão dispostas a investir.
Biciletário em um posto de combustíveis em estrada. Para uma parada para um lanche.
     Praticamente todo não ciclista tem a opinião formada de que "bicicleta é tudo igual, serve pra ir daqui até ali e pronto, e quem faz mais do que isso são uns desocupados". O que é um ponto de vista errôneo. Vamos sim, buscar pão, aqui e ali, para o trabalho, passear por onde ainda não fomos, e pegar a estrada. Mas no intervalo dessas atividades, para descanso ou alguma refeição, temos que estacionar as magrelas, sem a garantia de que estarão ali no retorno, e inteiras. 

Inverno

     Para uma parte razoável do país, nesta época do ano, uma jaqueta e calça corta-vento já dá conta do recado para sair e dar uma pedalada, mas aqui na região sul, é preciso um pouco mais que isso, mesmo estando razoavelmente acostumados as temperaturas frias.
     Sei que neve e gelo são condições que não ocorrem em todos os invernos, e mesmo que porventura ocorram, não é nem perto de como vemos em países localizados em zonas mais frias ou que tem um inverno realmente rigoroso, no quantitativo de graus célsius negativos. Ainda assim, é necessário um equipamento mais adequado e bastante força de vontade para sair da cama e enfrentar menos de 10°c. Percebo que para os adeptos das atividades físicas regulares, a temperatura e muitas vezes o clima não interferem muito, mesmo sendo atletas de final de semana. 
     Mas mesmo com a cama se recusando a deixar você sair debaixo do edredom e levantar, para enfrentar menos de dez graus, os pontos a favor são convincentes: mais calorias gastas, maior distância e menor cansaço. Se pelo menos isso não for motivador suficiente, saia porque sim e pronto.