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BR-290 Porto Alegre / Santo Antônio da Patrulha

 
Mesmo com sol alto, a temperatura estava agradável.
      Um longão que tinha certo receio de fazer era pelo trecho Porto Alegre litoral da BR-290. Sempre achei que, baseado no movimento insano na rodovia na alta temporada de verão e feriados, que seria loucura pedalar por ali.
 
    Após um período noturno de indecisão sobre fazer este trecho ou ir a prainha de Ipanema na Zona Sul, saí de casa pronto para uma volta mais longa mas ainda sem muita certeza. Incerteza essa, que acabou no acesso à 290: foi olhar para o lado e entrar na BR, sozinho mesmo, estava com equipamentos e suprimentos então decidi ver até onde chegaria. 
     Pensamentos iniciais: "vou só até onde der pra ir, sem forçar" ; "o pneu só pode furar uma vez, só tenho uma reserva." "se tiver vento contra vai ser cruel." Alguns minutos depois e só restou o pensamento sobre o pneu. Com isso, descobri que a rodovia não é assustadora como imaginava, é até muito tranquila de pedalar estando fora de temporada. O acostamento é generoso, pouca sujeira acumulada, e o pavimento é de rodagem suave até para pneus de maior pressão. 
      Meu percurso acabou se estendendo até Santo Antônio da Patrulha como era o plano se enveredasse para a Freeway. Os "até onde eu conseguir ir", significavam: quando eu estiver quase sentando no meio-fio pra chorar, eu volto. Então, longe? Sim. Uma reta interminável? Sim. Chato? De forma alguma.
Momento onde o pneu furou.
O percurso é bastante agradável e até relaxante. Cansa? Muito, se o preparo não estiver lá essas coisas a situação complica um pouco. O que eu percorri somou 159 quilômetros. Ir foi relativamente fácil. Pouco antes do acesso à Santo Antônio foi que comecei a duvidar da decisão que tinha tomado, então vi a placa indicando o acesso e o ânimo se elevou novamente. Depois do acesso, uma parada no primeiro posto de gasolina para abastecer: dois pastéis enormes e gordurosos com um Gatorade.
 
     A ideia inicial era ir até a Igreja Matriz (memórias de infância), mas o cansaço começou a bater, não verifiquei o GPS tanto quanto deveria e acabei indo só até a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, dois quilômetros antes. Feito o registro fotográfico para comprovações futuras, meia-volta em direção a Freeway. Novamente o posto de gasolina, mais um isotônico e pedal na estrada. 
    O retorno transcorreu sem nenhum problema, diferente do trajeto de ida onde ocorreu um furo de pneu, entretanto, foram muito mais paradas para recuperar as forças. Após Glorinha, de Gravataí até próximo ao acesso à Cachoeirinha, foram quase uma parada em cada recuo, tamanho o esgotamento. Decididamente não estava preparado o suficiente, mas se fosse esperar a condição correta, provavelmente ainda não teria feito esse passeio. O único momento de tensão foi entre a General Motors e o antigo pedágio, onde no barranco ao lado da pista, tinham alguns garotos com alguns galhos e cabos de vassouras em mãos observando. Será que era para derrubar os ciclistas??? Roubo? Foi a única lógica que consegui ver naquela atitude. Mas posso estar imaginando coisas.     
    Assim que as condições voltarem ao habitual e o preparo estiver mais condizente, será feito novamente fazer esse percurso, desta vez até o destino certo e talvez além.